BOLA PRETA
Teve um período da minha vida, quando morei em Belo Horizonte, Minas
Gerais, na década de 60, no século passado (putz, já estou no segundo século
de minha vida) que eu não queria nada com os estudos e por conta disto
acabei por ir estudar num colégio na Rua Espírito Santo, no centro da cidade.
No local onde funcionava o tal colégio antes era um boliche. Eu acho que ele
era daqueles que pagou, passou, não me lembro bem, sei que não foi meu
caso. Devo ter ido para lá porque se continuasse no anterior, até hoje estaria
no mesmo ano que tinha sido matriculado. Exagero a parte, mas deve ter sido
por aí!
Pois bem! Mexendo nas tranqueiras do colégio, achei uma bola de boliche e
ela foi para casa comigo. Um belo dia, a levei para nosso campinho de futebol
na Rua Antônio Torres com Rua Campestre (como meus companheiros de
“pelada” devem lembrar), ele era meio íngreme, desnivelado.
Quando vi que estavam chegando uns moleques da Rua Conselheiro Lafaiete
(que era paralela a nossa), coloquei a bola para rolar no declive e gripei: “Ei,
pessoal! Chuta esta bola para mim! ” Não deu outra! A bola ficou no lugar, mas
o pé do “neguinho” eu acho que quebrou. Foi por conta desta e outras, que de
vez em quando, tinha uns caras das outras ruas que queiram me pegar para
me dar umas porradas!
Bob Briand
Nosso email: falecom@bobbriand.com.br
Obrigado por ler!